Crítica - Filme É assim que acaba
A trama segue Lily Bloom, uma mulher forte e determinada que, após enfrentar uma infância difícil, tenta construir sua vida e encontrar o amor. Ao longo da narrativa, ela é confrontada com desafios que a forçam a lidar com seu passado e a tomar decisões que podem mudar sua vida para sempre.
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Depois de algum tempo resolvi assistir ao filme mais hypado no meio literário e tirar minhas próprias conclusões. Confesso que achei cansativo demais.
Para quem não acompanha as tendências do TikTok, é importante destacar: Colleen Hoover é uma autora best-seller conhecida por seus romances emocionantes, onde os personagens enfrentam seus traumas passados para construir relacionamentos amorosos o que me chamou a atenção para as obras dela. Os livros são meu objetivo de vida, mas o filme, não tanto.
Pontos fortes:
Os atores escolhidos são lindos e embelezam a tela. Um dos méritos do filme é sua tentativa de ser fiel ao enredo central do livro, especialmente no que diz respeito aos temas principais, como superação, amor e traumas passados. Os momentos emocionais mais marcantes da história de Lily Bloom são reproduzidos com um grau razoável de sensibilidade, permitindo que tanto leitores quanto novos espectadores se conectem com os conflitos da personagem. Para quem leu o livro, é fácil reconhecer as cenas-chave que deram vida à obra de Hoover..
Um Elenco que Entrega, Mas Não Brilha:
O elenco é um dos pontos de destaque, com interpretações sólidas dos protagonistas. A atriz que interpreta Lily traz uma dose considerável de vulnerabilidade e força à personagem, o que é crucial para que o público sinta o peso emocional das decisões que ela enfrenta. O personagem de Ryle, interpretado com intensidade, também capta as nuances necessárias para transmitir o dilema moral da trama. No entanto, em alguns momentos, as performances parecem contidas, sem alcançar toda a profundidade emocional que os leitores esperavam.
Desafios na Transição de Formato
Como muitas adaptações, É Assim Que Acaba sofre ao tentar condensar o enredo rico e emocionalmente denso em um formato mais curto. O filme, por vezes, sacrifica a profundidade dos personagens e suas motivações para manter o ritmo da narrativa visual. Cenas que, no livro, são recheadas de tensão psicológica e desenvolvimento pessoal acabam sendo resumidas ou simplificadas, o que pode desagradar os fãs mais dedicados. A falta de espaço para explorar os pensamentos e sentimentos mais íntimos dos personagens também compromete a experiência emocional que a obra literária proporciona.
Ritmo Irregular e Desfecho Previsível
Outro problema da adaptação é o ritmo irregular. Enquanto os momentos mais dramáticos e tensos são bem trabalhados, há uma certa pressa para resolver a trama nos minutos finais. O clímax perde força, parecendo previsível e, de certa forma, apressado. A intensidade emocional que o livro entrega até o último momento não se sustenta completamente na tela, deixando uma sensação de que algo ficou faltando. As idas e vindas do presente ao passado são feitas abruptamente e sem explicação, deixando a história confusa. A passagem de tempo também é um grande problema, o tempo passa no filme e a gente não percebe quando nem como, isso é muito confuso e acabamos perdendo a conexão com os personagens. Até o romance é rápido e sem vínculo, não dá para sentir a emoção do amor. As partes sobre violência doméstica foram minimizadas, talvez para poupar a sensibilidade de alguns telespectadores.
Um Filme que Divide Opiniões:
No geral, É Assim Que Acaba é uma adaptação que, embora bem-intencionada, tem dificuldades em traduzir a profundidade do livro para o formato cinematográfico. O filme cumpre seu papel em termos de fidelidade ao enredo, mas não consegue reproduzir a carga emocional completa da obra original. Os fãs do livro podem se sentir decepcionados com a falta de nuances e com algumas escolhas de roteiro, enquanto novos espectadores podem ver o filme como uma história de amor e superação comovente, mas que poderia ser mais impactante.
Se você é fã do romance de Colleen Hoover, vale a pena assistir à adaptação para ver seus personagens ganharem vida. Contudo, vá preparado para uma versão mais condensada e simplificada da história que tocou tantos corações no papel.
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