"Salem's Lot," um dos romances mais marcantes de Stephen King, volta aos holofotes com uma nova adaptação cinematográfica, prometendo trazer o terror gótico de sua narrativa para uma nova geração de espectadores. Publicado originalmente em 1975, o livro é uma sombria história de vampiros que mistura mistério, horror e crítica social. Mas será que o filme faz jus à obra original? Vamos explorar.

Sinopse

O enredo segue Ben Mears (Lewis Pullman), um escritor que retorna à cidade de Jerusalem’s Lot, no Maine, buscando inspiração para um novo livro. Visto por todos, mas almejado verdadeiramente por apenas uma pessoa, Susan Norton (Makenzie Leigh), sua chegada traz consigo os mesmos medos que irão aniquilar o que resta de dignidade e humanidade nos miseráveis habitantes locais. Contudo, ele descobre que a pacata cidade está sendo lentamente consumida por uma presença malévola Kurt Barlow (Alexander Ward), um vampiro poderoso que se muda para a cidade de Jerusalem's Lot, no Maine, com a intenção de formar uma colônia de vampiros com seus residentes. A narrativa é conduzida pelo esforço de Ben e outros moradores para combater esse mal crescente.

Fidelidade à Obra de King

Uma das grandes expectativas em qualquer adaptação de Stephen King é sua fidelidade ao material original. "Salem's Lot" entrega cenários sombrios e personagens ricos que refletem o espírito do livro. No entanto, algumas escolhas de roteiro condensam arcos narrativos importantes para caber no tempo de tela. Isso, inevitavelmente, deixa os fãs do romance questionando a profundidade dos relacionamentos e motivações dos personagens.

Por exemplo, a atmosfera opressiva da cidade, uma personagem por si só no romance, perde parte de seu impacto no filme devido à sua pressa em avançar a trama principal.

A participação imponente de Jordan Preston Carter que faz o papel de Mark Petrie. Ele tem grande importância no filme, mas é pouco desenvolvido, já que ele aparece como coadjuvante.

Atuação e Direção

O elenco traz performances competentes, especialmente no papel de Ben Mears, que equilibra bem a melancolia e o heroísmo do personagem. A figura do vampiro Kurt Barlow, contudo, não atinge o mesmo nível de impacto visual e psicológico que a versão literária sugere. Aqui, ele é mais monstro do que metáfora, o que pode decepcionar os fãs que esperavam a profundidade simbólica do livro.

Na direção, o cineasta Gary Dauberman opta por um visual escuro e gótico que respeita a essência da obra. Entretanto, em alguns momentos, o excesso de efeitos especiais ofusca a tensão construída de forma mais sutil no livro.

Pontos Fortes

  • Clima de terror: O filme entrega sustos eficientes e uma atmosfera que captura o horror clássico do romance.
  • Visual: A cinematografia é um ponto alto, com cenas que evocam o isolamento e o desespero característicos da cidade.

Pontos Fracos

  • Desenvolvimento de personagens: Personagens-chave, como Mark Petrie e Susan Norton, não têm a profundidade emocional vista no livro.
  • Adaptação apressada: Arcos narrativos são simplificados, o que diminui a carga dramática e o impacto psicológico.

Conclusão

"Salem's Lot" é uma tentativa ambiciosa de trazer à vida um dos maiores clássicos de Stephen King. Embora entregue uma experiência visualmente atraente e momentos de puro terror, falta-lhe o fôlego necessário para capturar a complexidade e a densidade emocional do livro.

Para os fãs de King, a adaptação pode ser uma oportunidade de revisitar uma história querida, mas talvez não seja a experiência transformadora que esperavam. Já para os novos espectadores, o filme oferece uma introdução eficiente ao universo gótico e perturbador de Jerusalem’s Lot, ainda que fique aquém de todo o seu potencial.

Nota: 3,5/5

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Escrito por:
Eugênia Haensel
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